Para debater sobre o assunto e pensar em ações relacionadas ao meio ambiente, reunião da Apa CTB aconteceu na sede do Magma Museu na última quarta-feira, 12.
Na última quarta-feira, 12, aconteceu na sede do Magma Museu (espaço classificado como área de proteção ambiental da cidade), a reunião da Área de Proteção Ambiental – Apa – Corumbataí-Botucatu-Tejupá. O objetivo foi debater e pensar sobre ações relacionadas ao meio ambiente, já que a classificação climática de Botucatu passou por modificações ao longo dos anos.
“O registro dos dados meteorológicos da cidade começou em 1971 e continua até os dias de hoje. Quando estudamos sobre o assunto, conseguimos avaliar a média da temperatura, analisar a intensidade de chuvas da região, e ter um comparativo em relação ao passado. Neste momento, observamos diferentes mudanças. Por exemplo, o inverno está menos rigoroso, além das modificações que ocorreram nos períodos de chuva”, explicou o palestrante da reunião, José Rafael Franco, Técnico e Analista de Desenvolvimentos pela Fatec Botucatu e aluno do Programa de Pós-Graduação em Agronomia – Área de Concentração em Irrigação e Drenagem da Unesp – câmpus de Botucatu.
A reunião organizada também foi uma forma de apresentar para a população os dados coletados ao longo dos estudos, como caminho para a organização do planejamento agrícola e urbano da cidade. Além disso, os temas como as ações sobre políticas públicas organizadas pela Apa ganharam espaço no evento.
“A gestão da APA se dá basicamente com articulação dos diversos atores num território, e isso deverá resultar em políticas públicas. O primeiro deles, que já está em andamento, é um plano de manejo, de gestão e direção desse território, e o segundo, são as políticas não só territoriais, mas municipais em função do que ficará decidido neste plano de manejo. Trazer a discussão de mudanças climáticas neste momento, em que está se elaborando um plano de manejo, é trazer o assunto para adaptação não só de território, mas para os municípios individuais. É um tema de extrema importância, que nos permite tomar as decisões que irão evitar problemas e catástrofes nos anos seguintes. Mais do que criar conscientização, é necessário provocar que tudo isso resulte em ações efetivas sociais, do poder público, municipal e estadual”, destacou o Gestor Mário Sérgio Rodrigues, da Apa CBT – perímetro Botucatu.
O olhar da Apa e dos participantes envolvidos reforça a temática de um assunto cada vez mais relevante para a cidade e para o mundo. Em 2023, a Organização das Nações Unidas (ONU) comunicou que 2024 poderia ser o ano mais quente em comparação aos períodos anteriores, causando grandes impactos socioeconômicos.
“Essa reunião foi de extrema importância para frisar que, em Botucatu, o cenário não é diferente em relação ao resto do mundo. Os dados apresentados sobre o assunto mostram as consequências das mudanças climáticas, como: intensificação de eventos extremos, chuvas concentradas e intensas ou, partindo para outro extremo, como estações muito secas, afetando o ser humano e o impacto nos ecossistemas naturais. O plano gestor aqui citado é algo para criar e combater esses efeitos negativos dessas mudanças”, finalizou o participante Diego Sotto Podadera, Professor Assistente Doutor do Departamento de Ciência Florestal, Solos e Ambiente da Faculdade de Ciências Agronômicas – câmpus de Botucatu.
Um pouco mais sobre a Apa CTB
A Área de Proteção Ambiental – Apa – Corumbataí-Botucatu-Tejupá faz parte do Guia de Áreas Protegidas da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Governo do Estado de São Paulo. É considerada uma importante ferramenta para aproximar a população das áreas verdes, utilizando os principais conceitos da preservação ambiental, via uso sustentável dessas áreas.
Em Botucatu, o perímetro envolvido em relação à proteção ambiental envolve a região localizada na Serra, no reverso da Cuesta basáltica, entre os rios Tietê e Paranapanema.
De acordo com o site “Guia de Áreas protegidas”, do Governo do Estado de São Paulo, na Apa de Botucatu encontra-se um dos mais importantes sítios arqueológicos do Estado, o Abrigo Barandi, no município de Guareí, com registros pré-históricos com cerca de 6.000 anos. Em relação à fauna, essa registra 424 espécies de vertebrados, dos quais 66 são mamíferos, 244 são aves, 58 são anfíbios e 56 são répteis. Essa grande riqueza de espécies, com várias endêmicas e outras ameaçadas de extinção, entre elas, o muriqui e o sagui-da-serra-escuro, decorre principalmente da localização da unidade em uma região de transição de vegetação entre cerrado e mata atlântica.